A expectativa dos empresários é de que toda verba disponibilizada para atividades de treinamento de funcionários seja bem aplicada e gere retorno sobre a forma de ganhos de rentabilidade para o negócio, através do aumento da produtividade dos funcionários que, como conseqüência destes treinamentos, deveriam trabalhar de forma mais focada nos objetivos do negócio, com maior motivação e comprometimento.
Infelizmente, na maioria dos casos isto não acontece.
Os treinamentos muitas vezes são escolhidos em função das técnicas modernas, que por serem participativas, vivenciais e lúdicas, fazem com que os participantes se envolvam e gostem muito das técnicas apresentadas.
Estão classificados nesta categoria de treinamentos: dinâmicas de grupo, auto ajuda, treinamentos vivenciais ao ar livre (TEAL, rafting, rapel, corrida de Kart, canoagem, sobrevivência na selva), programas de aventuras (expedição ao deserto, caçada na África, etc), todos eles muito divertidos e emocionantes, mas de resultado prático muito duvidoso para os negócios.
Ao término de cada treinamento, Relatórios de Avaliação de Reação são aplicados pelos RH´s, onde as técnicas utilizadas são muito elogiadas pelos participantes. Este tipo de avaliação não serve para medir o retorno que o treinamento irá proporcionar para a empresa, ou seja, uma esperada mudança no comportamento dos funcionários gerando aumento de produtividade, que quase sempre acaba não ocorrendo.
Por outro lado, falta um Relatório de Avaliação do instrutor, para reportar as atitudes dos participantes no treinamento, que permita a empresa tomar conhecimento de funcionários que assistem ao curso de forma desatenta (muitas vezes eles têm esse mesmo tipo de comportamento no seu dia-a-dia), conversando ao celular o tempo todo ou lendo jornais e revistas, se ausentando frequentemente da sala. Isso poderia justificar a falta de aprendizado de algumas pessoas depois do treinamento.
A escolha dos exercícios, geralmente pautada por uma verba pré-fixada e solicitações subjetivas dos gestores, acaba sendo muito ineficaz.
As empresas necessitam desenvolver seus funcionários, principalmente seus gestores, para que possam trabalhar com maior objetividade e produtividade, conhecendo todos os processos do negócio (visão global), para alavancar os resultados da empresa e, como consequência, aumentar seu nível de “empregabilidade”.
Para que os treinamentos possam ser eficazes, é preciso utilizar alguns critérios fundamentais:
1º critério: analisar cuidadosamente as solicitações dos gestores quanto às recomendações de treinamentos necessários para seus funcionários. As empresas costumam investir muito em programas de treinamento sobre técnicas de liderança. Se o funcionário tem relacionamento difícil, ou é muito tímido, ele dificilmente poderá se tornar um líder. É melhor substituir a pessoa, pois todo o investimento em treinamento terá sido em vão, mesmo que nas “famosas” avaliações de reação eles tenham declarado que aprenderam muito e que agora estão confiantes que poderão exercer com sucesso funções que exigem liderança.